CONTRALTO
O eixo fora
e quando a luz
soluça aos
solavancos
no circuito interno
bíceps antebraço dedos
reagem.
Talvez a lápide
e não o lápis detalhe
do retrato sobre o criado-
mudo.
O descentrado
ofício diário o rapto
errático de folhas amargas.
No fundo da taça o gole
o gosto o grito agudo
por fim.
de lobos e anjos II
O que é que eu faço, Anjo?
Quer que eu corra, que eu dance
que eu morra? que me levante
e cante uma ode à insõnia?
Não vê que o crepúsculo
já faz muito se desfez?
Que a lua é selada
em céu negro-martírio?
E não guarda o meu sono
nem me faz companhia,
CruEl, que só me inspira
elegias!