viver intensamente, até explodir.
sumir para sempre
a humanidade implode o velho
inventando novas distâncias universo
e assim uma lente de aumento
é muito para quem olha pra dentro
para quem evita o aperto de mão.
seres átomos devorando luminosidade de presente.
na escuridão do infinito outras linguagens nascendo.
conexões digitais ultrapassam formas presenciais.
caligrafias e alfabetos antigos
se perderam na era de gutemberg.
o último índio não se lembra mais quem era.
o futuro está vazio e leve recarregando
androides no bite partícula de sol.
milhões de alarmes e drones soam por todos os cantos.
crackers cobram o resgate e lançam novas ameaças,
agora nossas prisões são outras configurações.
A fila fala por si até se diluir (recinto
preenchido)
lagarta que se alonga em gomos para
além da chegada.
no início são dois, depois tantos outros.
no passo a passo soma.
multidão corrente cordão fio de novelo
desenrolando a distância,
bloco móbile de carne, osso cabelo
centopeia que avança dentro e fora para
além do meu alcance,
a pauta preenchida, a linha de trem, a
pista de pouso, a fila de espera.
a fila indiana e a ponte sobre mim, to-
dos têm começo e têm fim.
sua dor está guardada lá no fundo de onde só você sabe.
sua dor vem de um tempo mais remoto que a tenra lem-
branca. Sua dor é dose dupla com teor alcoólico do absinto.
sua dor é flor amarela sobre o caixão aberto. Sua dor é ab-
surda. sua dor é um revólver munido de ódio apontado para
você. Sua dor é o por do sol no seu par de olhos. sua dor é
minha, sua dor é de nós dois.