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Vanderlei Costa 

13 AGO 2018
13 de Agosto de 2018
Vanderlei escreve sobre Brasília e suas contradições. A poesia ganha espaço na cidade modernista e o poeta quer utilizar as páginas para combater através da arte e das ideias que pautam seu tempo. 

Vanderlei Costa iniciou suas atividades artísticas em 2008, desde então trabalha em filmes, peças teatrais, performance, poesia, música, além de ser figurinista. Teve poemas publicados em coletâneas e revistas. É integrante do coletivo de poesia ANARCOPOÉTICO.


fonte:https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2017/12/16/interna_diversao_arte,648190/vanderlei-costa-lanca-amanha-seu-primeiro-livro-subsolo-amarelo.shtml


 viver intensamente, até explodir.
                             sumir para sempre

 

 

                a humanidade implode o velho 

          inventando novas distâncias universo

          e assim uma lente de aumento

          é muito para quem olha pra dentro

          para quem evita o aperto de mão.

          seres átomos devorando luminosidade de presente.
          na escuridão do infinito outras linguagens nascendo. 

          conexões digitais ultrapassam formas presenciais.
          caligrafias e alfabetos antigos

           se perderam na era de gutemberg. 

          o último índio não se lembra mais quem era.
          o futuro está vazio e leve recarregando

         androides no bite partícula de sol.
          milhões de alarmes e drones soam por todos os cantos.               

                crackers  cobram o resgate e lançam novas ameaças,
          agora nossas prisões são outras configurações.








   A fila fala por si até se diluir (recinto
                                               preenchido)
          lagarta que se alonga em gomos  para
                                         além da chegada.
          no início são dois, depois tantos outros.
                                no passo a passo soma.
          multidão corrente cordão fio de novelo
                             desenrolando a distância,
               bloco móbile de carne, osso cabelo
       centopeia que avança dentro e fora para
                                  além do meu alcance,
          a pauta preenchida, a linha de trem, a
                   pista de pouso, a fila de espera.
          a fila indiana e a ponte sobre mim, to-
                          dos têm começo e têm fim.

 






  sua dor está guardada lá no fundo de onde só você sabe.
          sua dor vem  de um tempo  mais remoto  que a tenra lem-
          branca. Sua dor é dose dupla com teor alcoólico do absinto.
          sua dor é flor amarela sobre o caixão aberto.  Sua dor é ab-
          surda. sua dor é um revólver munido de ódio apontado para
          você. Sua dor é o por do sol no seu par de olhos.  sua dor é
          minha, sua dor é de nós dois.

 
 
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