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Tovar 

22 JUN 2018
22 de Junho de 2018

Tovar é nome que fez cantar e recitar toda uma geração de brasilienses. Ele chegou a Brasília em 1972 para morar na 312 Norte. O cerrado e a terra vermelha não impressionaram o então adolescente. A vegetação não era exatamente uma novidade para quem vinha do interior de Goiás. Mas o concreto sim. Isso era estranho. E logo Tovar se juntou aos adolescentes igualmente espantados. No Elefante Branco conheceu alguns dos nomes que viriam a formar a primeira geração de artistas da cidade. E nas superquadras encontrou o caldo que alimentava a nascente identidade brasiliense.

TRECHO DE MARCO ZERO

"Quando só havia mesmo
Este céu por testemunha
Quando tudo que se via
Era o vasto chapadão
Seguidores de estrelas
Caçavam pedras e índios
Muito antes de Ana Lídia
Ou da forma... do avião"

(Paulo Tovar)
Poema - Paulo Tovar

Quando a Terra for comer este corpo intoxicado 
Quero que não se engasgue com o meu sangue envenenado 
Do que eu possa ter comido 
Com o que eu possa ter cheirado 
Quero que a Terra engula e nada seja poupado

Quando a vida mastigar essa pequenina morte 
Terá sido só o micro indo ao Todo pela parte

Sendo pó que a Terra coma 
Sendo água que o rio leve 
Sendo ar que o vento sopre 
Fogo sendo que a chama queime

Quando a terra mastigar o meu tempo industrial 
Terá sido só a busca da essência original.

Musicado por Paulo Tovar e Haroldinho Mattos
Vinil - Tatidróide


Outro achado do poeta...

Um dia, o mais longínquo dos futuros 
Será o mais remoto dos passados 
E vice-versa 
E verso 
E verbo.
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