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Carla Andrade 

18 JUL 2018
18 de Julho de 2018
CARLA ANDRADE BONIFÁCIO GOMES

 

 

é mineira de Belo Horizonte. Mora em Brasília há sete anos, onde trabalha como jornalista e é poeta em tempo integral. Alguns de seus poemas foram premiados em concursos em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O caderno Pensar do jornal Correio Braziliense já publicou seis de suas poesias.

 

“A poesia de Carla Andrade articula imagens que parecem brotar da fonte mais pura da poesia. Seus poemas raramente estão preocupados com um lastro de realidade, parecem estar muito mais submissos a uma vertiginosa – e difícil – sedução da imagem. Cada poema é um “tratado de perplexidades”, como ela mesma intitula um deles. “O real tem tardes de abismos / e os pássaros feridos em bandos / perdem-se dentro de mim”, diz o poema Doses do real, como se fosse estabelecido a cada momento uma cisão profunda entre a voz que fala no poema (o “mim”) e a realidade, cisão que exprime uma certa angústia, e provoca a desestruturacão de qualquer ideal de clareza na expressão.” ADALBERTO MüLLER

 

“Carla Andrade pisa firme no chão da poesia, levitando. Quanto mais leio, mais gosto de seu rebuliço linguageiro.  Mais me surpreende a fala crisálida, a habilidade com que desmonta e recria o seu sentido. / Os primeiros passos desta poeta mineira mostram que ela não joga com palavras à deriva. Antes, sai pulando marés e amarelinhas, voando pelos vendavais e abismos de um universo muito próprio, dona de asas e enlevos. / No desregramento com que ela tece os versos, há um lirismo enigmático provocando as pertinências. Vai deslocando as palavras, bricolando os sentidos (de quem a lê), divertida no jogo da poética, sábia e indiferente no que traduz da vida.” ANGÉLICA TORRES 


fonte: 

 

         Seu colo

 

        Há memórias que são como malas
        que nem saem do guarda-roupa.

 

 

        Engenharia

 

        Podia tanto
        existir uma tecla
        para você acessar
        meu pensamento número 9
        que atravessou o número 4
        e me fez esquecer
        que a mente
        é ratoeira.

 

 

        Nossa primeira viagem

 

        Nova caligrafia de nuvens
        o sol e sua esgrima de raios
        bromélias como cataporas nas montanhas
        e o caleidoscópio nos seus olhos.
        É manhã — e a eternidade cabe na distância
        entre nossos pés delicados.

 

 

        Avarandada

 

        Nasceu uma flor
        Depois um fruto.
        No mandacaru.
        E em mim?

 

 

        Revolução das folhas

 

        Quando crio
        um limite
        esqueço o outro.
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