Choramos por Marielle.
O coração se quedou paralisado
O pensamento atroz em formigamento
O cianeto engolido, amargo
Mais uma guerreira negra assassinada!
A porta d'alma vilipendiada
Os sentidos não quiseram crer
A razão foi amordaçada
Lágrimas incontidas, ácidas geladas
Rolaram no breu do meu pensamento.
Chorei em silencio, anestesiada.
4 tiros na cabeça!
Foi crime politico! Terrorismo na cara de pau...
A carne negra, sempre a mais barata.
A favela tem que seguir sufocada.
O ceifador da coragem desembuça
Polícia é milícia, máquina mortífera
Coragem é resistência ao medo
E o medo deve ser colhido
Do nosso jardim espiritual.
No dia seguinte "espectros de togas"
Esmolam por infâme moradia
A lógica inverteu sua simbologia
Marielle mulher, vereadora, mãe, ativista e negra
Diligente em seus deveres politicos
Sua voz ficará acesa
No círio dos nossos destinos
Choramos também por Anderson
Com nosso senso encolhido
A lógica perdeu a sua forma
O canto converte-se em grito!
E agora digo e repito
Este pranto converterá em luta
Nosso luto será a consciência
O Brasil está desumano e obtuso.
Esteremos alerta sob o proprio discernimento
Choramos por Marielle e Anderson
Brasileiro e trabalhadores
Nunca em vão, não será em vão guerreiros.
Sim, seguiremos lutando
Mareille Franco sempre presente!
Beth Jardim
Enviado por Beth Jardim em 20/03/2018
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